Mecânica versus TI uma Parábola - Como Chegar Longe

 Saída de Emergência

Quando levamos o carro ao mecânico, para revisão antes de uma viagem, em geral obtemos informações relativas as manutenções preventivas que devemos realizar para que a viagem ocorra da melhor forma possível, do ponto de vista de falha mecânica durante o percurso.

Os mecânicos fazem um bom papel, apresentam sua lista de fluídos e filtros à serem substituídos, aquela correia que já se encontra no período de troca, os pneus que ainda estão “meia sola”, mas que seria conveniente sua substituição, entre outros itens menos ou mais importantes.

Em suma, eles apresentam a lista dos itens, mencionam o grau de prioridade de cada um e permitem que eu decida, sendo que a minha decisão será baseada nos recursos financeiros disponíveis no momento e também das dificuldades que poderei ter durante a viagem, caso um dos itens mencionados pelo mecânico falhem.

A minha decisão terá impacto direto na qualidade da viagem, nas preocupações que terei durante o caminho e também o tempo que o trajeto levará.

Na minha vida profissional como arquiteto de computação em nuvem, diariamente em conjunto com as equipes e gerentes de TI dos clientes, realizamos o mesmo papel do mecânico, realizando os levantamentos, identificando problemas imediatos e futuros, em geral do ponto de vista de produtividade e disponibilidade, apresentamos todas as opções possíveis e também os níveis de prioridade de cada item, mas o que me surpreende é que tudo para ali, seja na posição do supervisor ou gerente da área de TI…

Cotidianamente vejo os responsáveis pela TI identificarem a falha, entenderem o problema, obterem a possibilidade de solução e não conversarem com os seus clientes, seja com a área de negócio que depende daquele serviço, ou com o CFO ou CEO das empresas. 

A resposta tradicional é: - Eu consigo gerenciar este problema…

Talvez diante de tantas negativas anteriores, os responsáveis de TI optem sempre pela opção de gerenciar problemas, ao invés de apresentar opções que permitam uma melhoria em disponibilidade e qualidade das aplicações e serviços de TI, mas não concordo com esse caminho.

Não consigo pensar de outra forma, que a responsabilidade na decisão ou não em uma determinada tecnologia ou mesmo em pequenas alterações do ambiente atual, com vista em melhorias é responsabilidade de quem cuida da estratégia da empresa e lembrando que questões estratégicas sempre são avaliadas em conjunto e não de forma individual de uma área ou segmento de negócio.


Procuro ao máximo que minhas viagens sejam tranquilas do ponto de vista da mecânica do meu veículo e a decisão sempre será minha, em realizar ou não a troca de um componente, porém para isto preciso de um especialista que me apoie, apresentando a maior quantidade e qualidade de informações disponíveis, para que eu possa tomar a melhor decisão dentro da minha realidade, seja do ponto de vista financeiro, seja do ponto de vista de onde desejo chegar.

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